[Em atualização]
Na manhã desta quarta-feira, 19, secretário de Estado da Saúde Eleuses Paiva anunciou situação de emergência para todo estado de São Paulo em decorrência da dengue. A medida é implantada sempre que o número de casos se aproxima dos níveis epidêmicos (300 casos a cada 100 mil habitantes) e facilita a destinação de recursos para o combate à doença.
A situação do estado tem assustado autoridades. Por enquanto, mais de 124 mil casos e 113 mortes já foram registrados, uma incidência que já chega aos 279 casos para cada 100 mil habitantes. A situação, contudo, pode evoluir rapidamente, já que quase 83 mil ocorrências e 233 óbitos seguem em investigação.
O cenário estadual preocupa pela maior mortalidade e por demonstrar um aumento de casos mais rápido que o observado em 2024, quando o país atingiu recordes, com mais de 6,6 milhões de ocorrências e 6 mil mortes. Naquele ano, o estado de São Paulo só decretou emergência no mês de março, quando os levantamentos epidemiológicos davam conta de 31 mortes e 355 mil casos casos prováveis.
Cenário Nacional
No restante do país a situação também preocupa. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, até agora já são 338,8 mil casos prováveis, com 131 óbitos confirmados e 331 outros em investigação.
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Os motivos por trás do grave cenário observado em 2024 e que parece se repetir em 2025 são vários. Alem do calor intenso e das chuvas provocados pelas mudanças climáticas e pelo El Niño, no ano passado circulou o sorotipo 2 da doença, que não era responsável por um grande número de casos desde 2019. Já neste ano, os dados de vigilância já apontam a circulação da variante 3, que não aparecia de maneira substancial há pelo menos 17 anos.
A doença tem quatro sorotipos diferentes. A infecção por um deles garante proteção contra ele por toda a vida, mas não impede a contração de outras variantes. Como o tipo 3 não circula há quase duas décadas, uma grande parte da população, especialmente crianças e adolescentes, não têm essa proteção, o que dá ao vírus um campo fértil para se disseminar.
Como se proteger da dengue?
Para tentar evitar os novos casos desde o início do ano, o Ministério da Saúde já havia emitido um informe técnico, recomendando que as prefeituras deem prioridade às ações de combate à arboviroses já nas primeiras semanas das novas gestões municipais. Entre as medidas estão o monitoramento e a notificação dos casos suspeitos, a investigação das mortes, o controle vetorial (visitas domiciliares e borrifação de inseticidas), a organização dos serviços de saúde e a capacitação profissional.
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Além disso, a pasta fez a expansão do método Wolbachia, de 3 para 40 cidades, e tem implantado insetos estéreis, estações de disseminação de larvicida e a aplicação da vacina para dengue nas populações mais vulneráveis.
A responsabilidade do poder público, contudo, não exime a população das ações de combate. Estima-se que 75% dos focos estejam nas casa, e, por isso, para evitar a proliferação do Aedes aegypti são importantes medidas como:
Evitar água parada em pneus, latas, lonas e garrafas vazias
Observar plantas e potes que possam acumular água
Limpar a caixa d’água regularmente e mantê-la fechada
Desentupir calhas
Eliminar entulhos
Cobrir piscinas que não estejam em uso
Permitir a visita de agentes comunitários de saúde
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O uso de repelentes e inseticidas, embora limitados, também podem ajudar a evitar a infecção.
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