Durante o programa Meio e Saúde Sinais Vitais, o Dr. Roberto Kalil abordou os possíveis aspectos negativos da espiritualidade e religião na saúde. Especialistas convidados apresentaram perspectivas importantes sobre a relação entre crenças espirituais e cuidados médicos.
O entrevistado Alexander Moreira Almeida, professor-titular de psiquiatria da Universidade Federal de Juiz de Fora, ressaltou que, embora para a maioria da população a espiritualidade seja utilizada de forma positiva, existem casos de uso negativo. “A pessoa que abandona tratamentos médicos, psicológicos, porque acha que tem uma questão puramente espiritual”, exemplificou Almeida, alertando para os riscos dessa postura.
Almeida também mencionou outros comportamentos problemáticos, como a passividade excessiva diante de problemas de saúde, justificada por crenças espirituais. “Eu não vou fazer nada porque o meu problema é o demônio, é o karma da encarnação passada”, ilustrou o psiquiatra, destacando a importância de uma abordagem equilibrada.
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O especialista defendeu uma visão integrada, propondo uma abordagem “biopsicosocio-espiritual” que considere todos os aspectos do indivíduo. “Afirmar a parte biológica não precisa negar a parte espiritual e vice-versa”, argumentou Almeida, enfatizando a necessidade de conciliar diferentes perspectivas no cuidado à saúde.
Por sua vez, o segundo entrevistado Wagner Gattaz, professor de psiquiatria da Universidade de São Paulo, destacou a importância dos serviços de capelania em ambientes hospitalares. Gattaz argumentou que oferecer suporte espiritual, além dos cuidados médicos convencionais, é crucial para o conforto dos pacientes.
“Na Europa, a capelania sempre se oferece para o paciente, com a sua religião. Você gostaria de falar com o pastor, gostaria de falar com o padre?”, exemplificou Gattaz, sugerindo que essa prática deveria ser mais difundida no Brasil. O psiquiatra concluiu enfatizando que o conforto espiritual deveria ser uma “missão para todos os hospitais” como parte integral dos cuidados de saúde.
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FONTE: Meio e Saúde
