O início da reforma ministerial com a troca do comando do Ministério da Saúde nesta terça-feira, 25, coloca o ministro Alexandre Padilha, até então à frente da Secretaria de Relações Institucionais, pela segunda vez como titular da pasta. A socióloga e ex-presidente da Fiocruz Nísia Trindade, primeira mulher a assumir o cargo, foi demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Médico infectologista pela Universidade de São Paulo e PHD em Saúde Pública pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Padilha foi ministro da Saúde durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2014). Também teve experiência na Secretaria Municipal da Saúde na gestão de Fernando Haddad, no período de 2015 a 2016, quando ele foi prefeito da capital paulista.
Ele esteve presente no governo Lula na pasta de Relações Institucionais no período de 2009 a 2010 e tem uma longa história no PT, onde atuou como membro da coordenação nacional das campanhas à presidência de Lula em 1989 e 1994.
Na área da saúde, além da vida acadêmica, trabalhou no Ambulatório dos Viajantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e na Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, coordenou planos de controle de malária no Pará e foi diretor Nacional de Saúde Indígena da Funasa. Essas funções foram exercidas no período de 2001 a 2005.
Na campanha a deputado federal em 2022, Padilha recebeu apoio de Dilma e fez um post nas redes sociais relembrando quando foi ministro da Saúde e foi responsável pela implementação do programa Mais Médicos, política que tem como foco levar profissionais para regiões remotas e de difícil acesso lançada em 2013.
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“Ter sido ministro da Saúde durante a gestão da Dilma Rousseff é uma das coisas que mais me orgulho de carregar em minha trajetória. Juntos sonhamos em levar saúde pública para todos os brasileiros e materializamos com a construção do Mais Médicos, que levou profissionais para os 4 cantos desse país”, publicou.
Desafios para o futuro ministro
Segundo nota da Presidência da República, Padilha deve assumir o cargo em 6 de março e comandará não só uma pasta cobiçada pelo Centrão, mas com desafios em saúde pública em um cenário cada vez mais impactado pelas mudanças climáticas e doenças causando surtos.
O mais notável é a dengue, que atingiu seu nível recorde de toda a série histórica em 2024 e já causa estragos neste ano. Em 2025, foram 416.510 casos prováveis e 166 mortes. Há 405 óbitos em investigação. Na semana passada, o estado de São Paulo declarou estado de emergência por causa da situação da doença.
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Outra doença que preocupa é a febre amarela, que também está em surto em algumas localidades e fez com que o Ministério da Saúde iniciasse a distribuição de doses extras de vacina para os estados do Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Nesta terça-feira, a pasta anunciou o envio de 1,6 milhão de doses.
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