Na madrugada da última terça-feira, 4, um acidente na rodovia Anhanguera deixou dois jogadores do Bragantino feridos. Na tarde do mesmo dia o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, na cidade de Americana, no interior de São Paulo, informou que deu inicio ao protocolo de morte encefálica em um deles, o atacante Pedro Severino, 19, mas o processo foi interrompido após ele apresentar um “quadro de reflexo de tosse presente”. Na manha desta quinta-feira, 6, ele foi transferido para um hospital de Ribeirão Preto.
De acordo com o médico Amilton Silva Júnior, gerente da UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o protocolo trata de diretrizes e testes para avaliar se houve “parada completa e irreversível das funções do encéfalo e tronco cerebral”. Nesse processo, dois médicos diferentes avaliam se o paciente tem reflexos (motor e pupilar, por exemplo), além de examinar se o indivíduo está respirando sozinho. Em caso de ausência de todos os reflexos e de apneia persistente — quando a respiração não ocorre sem a ajuda de aparelhos — a morte encefálica é constatada, mas exames complementares, como eletroencefalograma, também podem ser realizados para auxiliar o diagnóstico.
Junior explica que o protocolo é iniciado quando há lesão cerebral irreversível, causada por traumatismo craniano, como é o caso de Severino, ou por outros eventos, tais quais acidentes vasculares cerebrais extensos ou lesão por hipóxia — falta de oxigenação.
No caso do jogador, o protocolo foi interrompido pois um dos reflexos, o de tosse, estava presente. “Isso também pode acontecer em situações que comprometem a segurança do paciente ou a correta realização do protocolo, como em casos de instabilidade hemodinâmica, arritmias cardíacas, insuficiência respiratória com hipoxemia severa”, diz Junior. “A interrupção também ocorre sempre que os testes do protocolo realizados mostram que a atividade cerebral ainda está preservada.”
NOTA OFICIAL – Atualização sobre o acidente dos atletas do Sub-20.
O atleta Pedro Severino segue internado em estado grave na UTI do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana. Ele vem sendo acompanhado pelo Doutor Ricardo Ansai, referência do clube em neurocirurgia,… pic.twitter.com/6XZOtDTDFm
— Red Bull Bragantino (@RedBullBraga) March 5, 2025
Continua após a publicidade
O que aconteceu com os jogadores do Bragantino?
Dois jogadores da equipe sub-20 do Bragantino, Pedro Castro e Pedro Severino, ficaram feridos em um acidente que aconteceu na madrugada da última terça-feira, na Rodovia Anhanguera, quando retornavam do período de folga para apresentação no clube paulista.
Em nota, o Bragantino informou que ambos os atletas estavam em um veículo que colidiu com uma carreta. Segundo o clube, nenhum dos jogadores dirigia o veículo no momento do acidente.
Continua após a publicidade
O Hospital Municipal Waldemar Tebaldi, para onde os jogadores foram levados, informou que os atletas chegaram ao pronto-socorro da unidade por volta das 6h17 e foram prontamente atendidos pela equipe médica, seguindo todos os protocolos de emergência estabelecidos. “Um dos jovens, de 19 anos, chegou em estado crítico, inconsciente, apresentando um trauma grave na cabeça. Devido à severidade do ferimento, o paciente foi imediatamente encaminhado para cirurgia de emergência. O procedimento foi realizado com sucesso, focando no tratamento do traumatismo craniano.”
“Apesar da intervenção cirúrgica, o quadro do paciente permanece extremamente delicado. Ele está atualmente sob cuidados intensivos, com suporte respiratório, e seu estado é considerado gravíssimo pela equipe médica”, destacou o comunicado emitido pelo hospital.
Ainda de acordo com a nota, a família do jogador em estado grave deseja transferir o paciente para outro hospital, mas a transferência só poderá ser realizada com segurança quando o quadro clínico for devidamente estabilizado.
Continua após a publicidade
O outro jovem, segundo o hospital, apresentou ferimentos leves, com algumas escoriações pelo corpo. “Ele está em observação na unidade hospitalar, recebendo os cuidados necessários e passando por exames complementares para garantir que não haja complicações não identificadas inicialmente”.
O jovem de 18 anos teve alta médica às 16h50, no Hospital Municipal Waldemar Tebaldi. Com ferimentos e escoriações leves, o jovem ficou em observação na unidade hospitalar, recebendo os cuidados necessários e exames complementares, até receber a alta médica.
(Com Agência Brasil)
Compartilhe essa matéria via:
