Antes destinada apenas aos adolescentes na rede pública, a vacina meningocócica ACWY será ampliada para crianças de 1 ano no Sistema Único de Saúde (SUS) como dose de reforço a partir desta terça-feira, 1º. A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo aumentar a proteção contra sorogrupos da bactéria causadora da meningite, doença que causa inflamação das membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal e que pode ser fatal.
O esquema vacinal até então era composto por duas doses da vacina meningocócica C que era ofertada as três e cinco meses de vida. Um reforço do imunizante era aplicado aos 12 meses e é esta dose que vai contar com a proteção adicional.
“Agora, o SUS garante ainda mais proteção contra as formas mais graves de meningite bacteriana. A vacina ACWY, antes aplicada apenas na adolescência, passa a ser ofertada também para crianças de até um ano”, disse, em nota, o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
No SUS, a faixa etária que recebe a meningocócica ACWY é a de 11 a 14 anos. Conforme o histórico vacinal, a dose pode ser única ou de reforço.
A atualização vale para crianças de 1 ano que ainda não receberam o reforço. Caso o reforço com a “meningo C” já tenha sido aplicado, não é necessário tomar a dose de ACWY, de acordo com a Nota Técnica nº 77/2025.
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“Essa substituição é uma ação que dá continuidade ao enfrentamento das meningites até 2030 publicadas pelo Brasil, primeiro país a propor suas ações no roteiro global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema, que estabelece estratégias para o combate às principais causas de meningite bacteriana aguda (meningococo, pneumococo, Haemophilus influenzae e estreptococo do grupo B)”, informa a nota.
O documento que estabelece as Diretrizes para o Enfrentamento das Meningites até 2030 foi lançado pelo Ministério da Saúde no ano passado e contou com a parceria da sociedade civil, além de entidades nacionais e internacionais.
Saiba mais sobre a meningite
Causada por bactérias, vírus, fungos ou outros patógenos, a meningite é uma doença que causa a inflamação das meninges, as membranas q fazem o revestimento do cérebro e da medula espinhal.
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A meningite bacteriana costuma ser a mais graves e ocorre principalmente no outono e no inverno. As virais são mais relatadas na primavera e no verão.
Capaz de produzir surtos, a doença é transmitida de pessoa para pessoa pela respiração, gotículas e secreções. No caso da forma bacteriana, os principais sintomas são: febre, dor de cabeça e rigidez de nuca. Os pacientes também podem sentir mal-estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e confusão mental.
Quando o quadro é grave, aparecem sintomas como convulsões, delírio, tremores e coma. Por isso, que, ao desconfiar da doença, é fundamental buscar atendimento médico.
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“Em 2025, até o momento, o Brasil registrou 4.406 casos confirmados de meningite, sendo 1.731 do tipo bacteriana, 1.584 viral e 1.091 por outras causas ou tipos não identificados. Outras vacinas disponíveis no SUS como BCG, Penta e Pneumocócicas (10, 13 e 23-valente) também ajudam a proteger contra formas de meningite”, informou o Ministério da Saúde.
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