Especialista traz os principais pontos sobre o assunto
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a saúde mental pode ser considerada um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo, possibilitando um desenvolvimento de suas habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade. José Wilson Andrade, médico e vice-presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide, comenta que os canabinoides podem ajudar na manutenção da sua saúde mental.
Segundo o especialista, o CBD (canabidiol) tem propriedades ansiolíticas e antidepressivas eficazes, apresentando potencial imunomodulador, reduzindo a produção de substâncias inflamatórias no cérebro. “Isso protege os neurônios, promove aumento de uma molécula, o BDNF (Fator Neutrófico Derivado do Cérebro), essencial para o crescimento, sobrevivência e diferenciação de neurônios (neurogênese)”, explica. Já os fitocanabinoides modulam vários neurotransmissores, como dopamina, serotonina, noradrenalina e cortisol (o “hormônio do estresse”). Há também ação direta no controle do apetite, seja na anorexia, com o THC (tetrahidrocanabinol), ou na orexia (vontade excessiva de comer), com o THCV (tetrahidrocanabivarina).
O médico destaca que a qualidade do sono é positivamente impactada, tanto pelo THC como pelo CBD, dependendo da dose. “Essas características dos fitocanabinoides fazem dele um excelente candidato ao tratamento de transtornos ansiosos, depressão, burnout, entre outros problemas, com mais segurança e menos efeitos colaterais quando comparados à alopatia clássica”, ressalta.
No entanto, conforme José Wilson, não se deve esquecer que o bem-estar de uma pessoa não depende apenas do aspecto psicológico e emocional, mas de condições fundamentais, como saúde física, apoio social, condições de vida. Além disso, ele enfatiza que a saúde mental tem importância primordial e também é determinada pelos aspectos sociais, ambientais, econômicos, atividade física e nutrição adequada.