O crescimento no diagnóstico e na visibilidade do autismo no Brasil tem feito multiplicar-se o número de instituições – que vão de convênios a hospitais e centros de saúde integrada – voltadas a atender os pacientes com a condição.
Considerado um distúrbio do neurodesenvolvimento, o transtorno do espectro autista é geralmente detectado na infância e, segundo um estudo nacional recente, afeta 1 em cada 30 crianças no país.
Os desafios de inserção social, educação e tratamento mobilizaram não apenas os responsáveis a cobrar por serviços mais abrangentes e acessíveis nos sistemas público e privado como também empresas a criar espaços dedicados a essa assistência. E, se antes eles se restringiam a unidades particulares ou mantidas por grupos pequenos, agora avançam entre grandes players.
A Dasa inaugura sua primeira clínica especializada no suporte de pacientes e famílias atípicas no Rio de Janeiro neste mês – justamente o da conscientização sobre o autismo.
Instalada na unidade do Méier do laboratório Bronstein, na zona norte do Rio, o espaço atenderá jovens de até 18 anos com salas adaptadas para terapias motoras, sensoriais e cognitivas. A expectativa é que sejam assistidos mais de 100 pacientes por mês, sem a necessidade de um laudo de autismo fechado.
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O lançamento integra o programa Clínicas Dasa de Terapias Especiais, que busca oferecer avaliação médica com neuropediatras e psiquiatras, além do apoio de profissionais de oito áreas da saúde, como psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e nutrição.
O projeto já está em atividade também em São Paulo, em uma unidade do Delboni, no bairro do Brooklin, e no Lavoisier da Penha. O diferencial da proposta, segundo o grupo, é ir além do diagnóstico e do atendimento clínico em si. Busca-se, na verdade, construir um plano terapêutico personalizado, com reavaliações semestrais a fim de ajustar o protocolo segundo a evolução do paciente – e em diálogo com a família.
“O tratamento multidisciplinar é essencial diante do autismo. Assim como é fundamental ter uma comunicação ativa entre médicos, terapeutas, familiares e professores, articulando todos os ambientes em que a criança vive”, diz o neuropediatra Tarcizio Brito, que atua em ambas as unidades paulistanas.
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Um dos objetivos de integrar serviços e intervenções terapêuticas no mesmo espaço físico é evitar deslocamentos e viabilizar uma abordagem realmente sinérgica entre os profissionais.
“O que me chamou a atenção foi justamente a diversidade de especialidades oferecidas no mesmo local, com um enfermeiro que ajuda a integrar todos os serviços e a atender as necessidades específicas da minha filha”, conta a assistente social Glaucia Leal de Gois, mãe de Olivia, de 6 anos, que frequenta a clínica da Dasa em São Paulo.
“O horário de atendimento mais flexível, que permite adaptar melhor a rotina, fez toda a diferença para nós, pois conseguimos manter a constância nos atendimentos, o que é essencial para a evolução da Olivia”, avalia.
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O movimento não se restringe à Dasa. O Hospital Israelita Albert Einstein inaugurou neste mês, no Espaço Einstein de Saúde Mental, no bairro de Pinheiros da capital paulista, um serviço focado em diagnóstico, avaliação e intervenção em pacientes com autismo com nível 1 de funcionalidade – hoje o espectro é dividido de acordo com o grau de funcionalidade e adaptação social da criança, do adolescente ou do adulto.
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