O café voltou a ocupar o noticiário depois do alvoroço pelo preço nas alturas. Primeiro em maus lençóis, com denúncias de produtos fake nos mercados nacionais – três marcas chegaram a ser notificadas como impróprias para consumo pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
Depois em maior prestígio, protagonizando um estudo americano que associou o consumo rotineiro a um envelhecimento mais saudável. A pesquisa, baseada em dados de 47 000 mulheres acompanhadas desde a década de 1970, evidencia que aquelas que consumiam a bebida regularmente (até sete xícaras pequenas por dia) corriam um menor risco de encarar doenças crônicas.
Embora seja uma análise observacional, que não prova relação de causa e efeito, ela corrobora achados anteriores que ligam a ingestão regular e não excessiva de café e cafeína a um melhor padrão de saúde. De fato, a cafeína é a mais estudada e prestigiada substância do grão, muito embora ele tenha outros compostos considerados bem-vindos ao organismo.
O ponto é que ela é um estimulante cujos efeitos psicoativos dependem da dose. E quem exagera nas xícaras pode sofrer com reações adversas que vão de dificuldade para dormir a palpitações no peito.
“Hoje, o limite para adultos saudáveis recomendado pelas autoridades de segurança alimentar americanas e europeias é de 400 miligramas de cafeína por dia”, explica a nutricionista Mariana Del Bosco, colunista de VEJA SAÚDE.
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Mas esse é um teto, ou seja, não é aconselhável se encharcar de café e outras fontes de cafeína na rotina. É o consumo moderado – algo como de 3 a 4 xícaras pequenas por dia – que vem sendo relacionado a ganhos à saúde, incluindo a prevenção de doenças cardiovasculares.
A questão é que a cafeína não dá as caras só no café. Aparece em chás, chocolates, bebidas energéticas e até no chimarrão. A depender dos hábitos, há quem realmente peque pelo excesso.
“E o exagero pode deflagrar ansiedade, aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, causar problemas gástricos… E até atrapalhar a formação e manutenção da massa óssea”, diz Del Bosco.
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Conhecer os níveis da substância nos produtos no mercado nos ajuda, portanto, a não errar a mão na dose, evitando as consequências indesejáveis do consumo abusivo.
Pesquisadores ligados à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade de Brasília (UnB) elaboraram uma tabela brasileira de teores de cafeína. Vale a pena espiá-la para aproveitar apenas o lado bom de café e companhia.
Alimento
Porção habitual
Cafeína (mg)
Café coado (arábica)
150 ml
45 mg
Café em cápsula
6 g
64 mg
Expresso
40 ml
112 mg
Café instantâneo solúvel diluído
150 ml
54 mg
Café descafeinado em cápsula
6g
0 mg
Café descafeinado coado
150 ml
3 mg
Café tipo capuccino
150 ml
48 mg
Café coado com leite – pingado (20% café e 80% leite)
200 ml
12 mg
Chá preto (infusão)
200 ml
36 mg
Chá verde (infusão)
200 ml
40 mg
Chá mate (infusão)
200 ml
10 mg
Ice Tea (chá mate gelado)
300 ml
18 mg
Chimarrão
350 ml
91 mg
Refrigerante de cola
350 ml
40 mg
Refrigerante de guaraná
350 ml
4 mg
Chocolate quente
200 ml
5 mg
Chocolate amargo
45 g
51 mg
Chocolate ao leite
45 g
9 mg
Bebida energética
250 ml
75 mg
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