CUIDADOS INCLUSIVOS: A inovação busca preencher uma lacuna histórica na dermatologia, tradicionalmente focada em peles claras (Strelciuc/AdobeStock/Reprodução)
Continua após publicidade
Uma parceria entre a Natura, o Centro de Química Medicinal (CQMED) da Unicamp e a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) está promovendo um estudo pioneiro para explorar as características moleculares de tons de pele negra. A pesquisa, baseada no sequenciamento de RNA de células únicas, utiliza uma tecnologia avançada que permite a análise detalhada do perfil molecular de cada célula, possibilitando avanços no entendimento das especificidades genéticas e biológicas das diferentes tonalidades.
Esse mapeamento detalhado deve gerar dados sobre fatores como a produção de colágeno e antioxidantes, que influenciam diretamente na saúde da pele, bem como predisposições a dermatoses. A inovação busca preencher uma lacuna histórica na dermatologia, tradicionalmente focada em peles claras, e oferecer uma base científica mais sólida para tratamentos dermatológicos inclusivos e personalizados.
Colaboração científica com impacto global
Os dados gerados pelo estudo serão integrados ao Human Cell Atlas, um consórcio internacional que mapeia células humanas para ampliar a base de conhecimento sobre o corpo humano. O sequenciamento de RNA de células únicas, uma tecnologia considerada revolucionária, permite a análise de cada célula de forma isolada, superando as limitações de técnicas tradicionais que apresentam apenas uma média geral das características celulares. Essa abordagem torna possível identificar com precisão as diferenças entre os tons de pele e como essas variações influenciam a saúde cutânea.
A parceria também exemplifica o papel da ciência nacional em projetos de impacto global. Segundo a Embrapii, iniciativas como essa fortalecem a inovação no Brasil ao conectar pesquisa acadêmica com desafios práticos da indústria, promovendo o desenvolvimento de tecnologias e a formação de profissionais altamente qualificados.
Representatividade além da ciência
Além dos avanços moleculares, a pesquisa está conectada ao Projeto Dandara, lançado pela Natura em novembro. O estudo envolveu mais de mil mulheres negras (pretas e pardas) de todo o Brasil, com o objetivo de mapear hábitos, necessidades e desafios relacionados à saúde e ao bem-estar da pele. Entre os resultados, foram identificadas características como maior sensibilidade cutânea, tendência à hiperpigmentação e uma necessidade mais intensa de hidratação.
Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via: