A tradicional declaração de fim de ano do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus teve como foco o impacto das guerras para a saúde. No comunicado, divulgado nesta segunda-feira, 30, ele relembrou o ataque ao aeroporto de Sana’a, no Iêmen, quando escapou do bombardeio israelense que resultou em duas mortes na última quinta-feira, 26.
“Paz e saúde estão interligadas. De Gaza ao Sudão, do Iêmen à Ucrânia, e Haiti e além – a paz é, e sempre será, o melhor remédio para a saúde e o bem-estar de todas as pessoas, em todos os lugares”, afirmou.
O diretor-geral da OMS relatou que estava em missão da Organização das Nações Unidas (ONU) para libertação de pessoas que trabalhavam para a entidade e foram detidas injustamente. Segundo ele, as negociações com os houthis, uma facção político-religiosa apoiada pelo Irã, caminharam de forma positiva.
Enquanto a comitiva aguardava para embarcar, ocorreu o bombardeio. “O ataque causou morte desnecessária, ferimentos, pânico, caos e danos, e foi outro lembrete da crescente ameaça enfrentada por civis, humanitários e profissionais de saúde em zonas de guerra ao redor do mundo.”
Ghebreyesus clamou ao líderes que encerrem as guerras para garantir saúde e segurança para a humanidade. “Isso precisa parar. Com um Ano Novo chegando, nossos líderes precisam trazer a paz desesperadamente necessária ao mundo, e saúde e segurança a todos.”
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Apesar do ataque, ele declarou que a OMS tem como “luz guia” a saúde para todas as pessoas e que essa missão envolve trabalhar em locais perigosos. “Fazemos isso para proteger e promover a saúde das pessoas. Nós vamos além.”
Balanço de 2024
A declaração inclui ainda um balanço dos avanços para a saúde no ano de 2024 que foram citadas como conquistas por Ghebreyesus. Ele celebrou o fato de que 17 países africanos estão usando uma nova vacina contra a malária e que a doença foi erradicada em vários países, a certificação das primeiras vacinas contra mpox — zoonose viral que ficou conhecida como varíola dos macacos e monkeypox –, e a redução do tabagismo ao redor do mundo.
O diretor-geral da OMS também destacou as 154 milhões de vidas salvas pelo Programa Ampliado de Imunização, fundado há 50 anos, e a produção de uma nova vacina contra a dengue.
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“Mas reforçar a segurança sanitária global para proteger contra futuros surtos exigirá mais trabalho em 2025. Essas ações, e muito mais, ajudarão a tornar nossas famílias, comunidades e o mundo inteiro mais saudáveis e seguros. Para ter sucesso nessa busca vital, precisamos investir em medidas essenciais para promover e proteger a saúde.”
Ele anunciou ainda que a saúde das mães será o foco do Dia Mundial da Saúde de 2025, comemorado em 7 de abril.
“Não percamos a oportunidade que o próximo Ano Novo nos oferece. Por favor, vamos virar a página do conflito, traçar um novo caminho para alcançar a paz duradoura e garantir um futuro saudável e próspero para todos”, finalizou.
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