Doença pode ser causada por diversos fatores como envelhecimento, exposição prolongada a ruídos intensos, infecções (como otite média crônica), doenças genéticas, trauma acústico, uso de medicamentos ototóxicos, doenças sistêmicas (como diabetes ou hipertensão), malformações congênitas do ouvido, tumores do nervo auditivo ou do cérebro, doenças autoimunes
Conforme Tanit Sanchez (CRM-SP 69.992), otorrinolaringologista e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a hipoacusia é o termo médico utilizado para descrever a perda ou diminuição da capacidade auditiva. Trata-se de uma condição que afeta a percepção dos sons, podendo variar de leve a profunda. O problema também pode atingir um ou os dois ouvidos e ocorrer em qualquer idade, embora seja mais comum em idosos.
De acordo com a médica, a hipoacusia e o zumbido são frequentemente associados, pois muitas pessoas com perda auditiva também experimentam zumbido, e vice-versa. Ela explica que isso ocorre porque as lesões nas células ciliadas do ouvido interno podem causar tanto perda auditiva quanto zumbido, e o cérebro pode “criar” sons (zumbido) para compensar a falta de estímulo auditivo devido à perda da audição. Além disso, as condições que afetam o ouvido, como exposição a ruídos intensos ou envelhecimento, podem causar ambos os sintomas.
Entretanto, o zumbido pode ser mais perceptível em pessoas com hipoacusia devido à redução dos sons ambientes. “É importante notar que nem todas as pessoas com hipoacusia têm zumbido e vice-versa, mas a associação é comum o suficiente para que os médicos sempre investiguem ambas as condições quando uma delas é relatada. O tratamento da hipoacusia, como o uso de aparelhos auditivos, pode muitas vezes ajudar a aliviar o zumbido associado, melhorando a qualidade de vida geral do paciente”, afirma.
Classificação da hipoacusia
É geralmente baseada na média dos limiares auditivos nas frequências de 500, 1.000, 2.000 e 4.000 hertz (Hz) obtidos pela audiometria — considerando como “normal” os limites até 25 decibéis (dB). No entanto, os graus de gravidade podem ser leve (26 a 40 dB); moderada (41 a 60 dB); severa (61 a 80 dB) e profunda (acima de 81 dB).
Efeito clínico esperado em cada grau de hipoacusia Leve: dificuldade para ouvir sons suaves ou distantes.
Moderado: dificuldade em conversas normais, especialmente com ruído de fundo.
Severo: dificuldade em ouvir falas em volume normal, necessidade de fala alta.
Profundo: incapacidade de ouvir a maioria dos sons, mesmo em volume alto.
Diagnóstico
A especialista esclarece que o diagnóstico pode ser dado por meio da história clínica detalhada; exame físico do ouvido (otoscopia); tomografia computadorizada ou ressonância magnética (quando necessário) e testes auditivos como audiometria tonal e vocal, imitanciometria, emissões otoacústicas e potenciais evocados auditivos.
Tratamento
O tratamento, como lembra a otorrinolaringologia, depende da causa e do grau da hipoacusia, mas podem envolver o tratamento da causa subjacente (quando identificável); terapia de reabilitação auditiva com aparelhos auditivos; implantes cocleares (para casos severos a profundos); cirurgias (em casos específicos, como otite secretora persistente, otite média crônica, otosclerose ou tumores).