Médico diz que o bem-estar é uma jornada contínua, e a mulher não está sozinha nisso
A menopausa é um período de transformação significativa na vida de uma mulher. Além das mudanças hormonais evidentes, muitas relatam uma sensação persistente de cansaço ou fadiga. De acordo com o ginecologista André Vinícius de Assis Florentino, a fadiga é uma sensação amplificada e contínua de cansaço e exaustão que não é necessariamente aliviada pelo repouso. A origem pode ser multifacetada (causas físicas e emocionais). Fatores como estresse crônico, depressão, má alimentação, sedentarismo, doenças crônicas e desequilíbrios hormonais podem ser catalisadores para este sintoma debilitante. “Embora possa ser confundida com o cansaço comum do dia a dia, a fadiga se diferencia por sua persistência e pela capacidade de comprometer as atividades diárias, levando a uma sensível diminuição na qualidade de vida da pessoa afetada”, aponta.
Para entender verdadeiramente a fadiga, é essencial reconhecer que pode ser tanto um sintoma quanto uma condição. Como alerta o especialista, o surgimento sem motivo aparente, sendo desproporcional ao esforço ou atividade realizada, pode indicar um sinal de que algo mais profundo acontece no organismo, necessitando de avaliação e intervenção adequadas.
A fadiga na menopausa
O ginecologista explica que a menopausa é uma fase natural da vida de uma mulher, marcada pelo fim dos ciclos menstruais. Durante esse período, o corpo experimenta uma queda drástica nos níveis de estrogênio, um hormônio essencial para várias funções corporais, além de a progesterona também ficar reduzida. Essa mudança hormonal é frequentemente apontada como a principal causa da fadiga na menopausa. “Estudos recentes têm associado baixos níveis de progesterona ao surgimento de sintomas como insônia e perturbações do sono, que, por sua vez, podem resultar em fadiga durante o dia”, comenta.
Fatores que potencializam a fadiga na menopausa
Perturbações do sono desempenham um papel significativo. A apneia do sono, por exemplo, é mais comum em mulheres na pós-menopausa, conforme pesquisas publicadas no Journal of Sleep Research. André Vinícius conta que o próprio estresse da transição menopausal pode intensificar a sensação de cansaço, além de sentimentos de tristeza, preocupação com envelhecimento ou ansiedade sobre mudanças físicas podem contribuir para a exaustão.
Combatendo a fadiga na menopausa
Segundo o ginecologista, há várias abordagens para enfrentar a fadiga na menopausa. A primeira é garantir uma boa higiene do sono, mantendo um horário de sono regular, evitando cafeína antes de dormir e tornando o ambiente propício para um sono tranquilo.
A prática regular de exercícios físicos, com orientação profissional, pode ajudar na melhoria da energia e na redução da fadiga. Adotar uma dieta equilibrada, rica em vitaminas e minerais, também pode desempenhar um papel fundamental.
A terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser uma opção para algumas mulheres. Estudos indicam que a TRH pode ajudar a aliviar vários sintomas da menopausa, incluindo fadiga.
Cuide da sua saúde hormonal
A fadiga na menopausa é uma realidade para muitas mulheres, mas não é uma sentença. “Compreender suas causas e estar equipada com as ferramentas certas para combatê-la pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida durante a transição menopáusica”, lembra o médico.
Além disso, é fundamental buscar o acompanhamento de um profissional de saúde, que pode fornecer orientações personalizadas e recomendações de tratamento.